O melhor passo que dei pela minha saúde… e não só.

Vou contar-vos um pouco da minha história e de como um simples passo me fez viver com mais liberdade e alegria. 

Embora recorde com carinho todas as brincadeiras da minha infância, não consigo esquecer o mal que vivi a nível de saúde. Eu quase não fui amamentada, nessa altura (anos 80) os médicos diziam às mães que o leite adaptado era muito superior ao leite materno, incentivando o desmame precoce. Desde muito cedo comecei a ter problemas ligados ao meu sistema respiratório. Rinite, sinusite, bronquiolite, amigdalite, faringite, laringite, tudo isso eram nomes que ouvia com frequência nas inúmeras visitas do médico a casa. A asma também apareceu e o quadro tornou-se tão mau que estive bem perto de morrer com uma pneumonia, não teria eu mais de 5 anos. Tomava medicação dia e noite, os meus pais acordavam-me de madrugada para tomar xarope (ainda consigo lembrar-me de muitos dos sabores perfeitamente). As tosses doíam-me tanto, mas tanto, e eu sempre metida em casa, com uma bacia ao lado para vomitar. Quantos médicos os meus pais procuraram? Quantos supostos especialistas vimos? Quantos xaropes, comprimidos, supositórios, vacinas milagrosas eu tomei para me tratar e nada resolvia?

Na minha adolescência, a tosse diminuiu, mas aumentaram as supostas gripes e constipações. As dores de garganta continuavam a ser mensais, muitas vezes ao ponto de ficar afónica. Nunca podia largar os lenços, o que foi motivo de algum bullying desde cedo. As minhas menstruações eram tão dolorosas que muitas vezes tinha de morder toalhas para não gritar, ou perdia a força nas pernas ao ponto de caír. O meu colesterol, mesmo antes dos 20 anos, já andava pelos 220, e os médicos diziam-me sempre “é de família, com certeza”.

Tornei-me ovolactovegetariana aos 20anos (eliminei apenas o consumo de animais) e não notei melhorias de saúde, pelo contrário, aumentaram os meus problemas respiratórios e passei a ir muitas mais vezes para o hospital com crises asmáticas. Também ganhei um sintoma novo: refluxo gastro-esofágico. Era tão mau, que tinha muitas vezes de dormir sentada. Outro dos meus problemas eram as insónias. Recordo-me de passar noites completamente em claro. Nunca adormecia antes de estar deitada 3h ou 4h. A minha alimentação era péssima, comia queijo em quase todas as refeições, comia bolos diariamente, gelados, pizzas, lasanhas, leite achocolatado, pudins, muitos fritos, etc. Tenho plena consciência que passei a comer ainda pior do que comia até aí. Nessa altura, eu não tinha a mais leve noção de que os meus problemas de saúde estavam relacionados com aquilo que comia. Jamais algum médico, nas inúmeras visitas anuais que fazia a hospitais, otorrinolaringologistas, alergologistas, ginecologistas, médicos de clínica geral, sugeriu que eu eliminasse fosse o que fosse da minha alimentação.

Em 2009 decidi eliminar de vez todos os produtos de origem animal. Estava farta de me sentir culpada, culpada porque sabia que o leite não vinha de vacas/ovelhas/cabras felizes, livres, nas pastagens, eu sabia que o queijo não vinha dum excedente de leite que um senhor idoso ia tirar à vaquinha para a aliviar. Fartei-me de acreditar ou fingir que acreditava, em histórias da carochinha. Cortei com tudo, pelos animais! Até aí, todas as mudanças alimentares que fiz foram sempre motivadas pelo amor e respeito que tenho por essas criaturas. Mal eu sonhava que os resultados deste passo me ajudariam também a mim!

Eu costumo dizer que foi em menos de um mês que notei diferenças, porque realmente recordo-me de me ter apercebido rapidamente que eu estava diferente! Eu, habituada a acordar, quase todos os dias, como se tivesse sido atropelada no dia anterior, cheia de dores no corpo, moleza, nariz a escorrer, de repente deixei de ter tudo isso! Eu não podia acreditar que o meu nariz estava seco, isso para mim foi maravilhoso. 30 anos de algo que era diário, desapareceram assim! Conforme as semanas iam passando, fui-me apercebendo que a asma não vinha, a tosse não vinha, as dores de garganta não vinham. Posso dizer-vos que não tenho uma inflamação de garganta, tosse ou gripe desde aí, já lá vão quase 6 anos. Os únicos ataques de asma que tive desde que eliminei os lácteos foram em 2011, um após dormir numa casa cheia de bolor e outro após ter dormido numa casa pintada de fresco e ter andado a carregar sacos e sacos, grávida de 9meses. Notei também que as dores menstruais desapareceram, mas não sei se foi só por ter eliminado os lácteos ou se foi por ter deixado de tomar a pílula também nessa altura, penso que as duas coisas desempenharam um papel nessa melhoria. O meu colesterol desceu imediatamente para valores normais nas primeiras análises que fiz e nunca mais voltou a subir! As insónias e o refluxo, puf, foram-se! Depois de tanta medicação, de tanto protector de estômago e tantas noites a rebolar na cama.

Se querem fazer algo pela vossa saúde, deixem de consumir laticínios. Os laticínios não causam e pioram apenas os problemas respiratórios, os laticínios engordam, inflamam, causam problemas intestinais, problemas de pele, enxaquecas, problemas articulares, etc. Está comprovado que as sociedades que mais consomem leite, são as que têm mais osteoporose e, no entanto, os médicos dizem-nos que o leite das VACAS (sério, é de vaca!) é essencial para os HUMANOS! O leite de vaca está desenhado para alimentar bezerros, para fazer um bezerro de 30 quilos, transformar-se numa vaca de 180kilos. Tudo no leite, as hormonas, os lípidos, a proteína, o sódio, está na dosagem certa para fazer crescer um bezerro! Não é adequado para nós, não está nas proporções certas para nós. Leite humano é para humanos, leite de vaca é para bezerros, leite de ursa é para o urso, leite de cadela é para cachorro e por aí fora! Leite materno desenhado para alimentar CRIAS e não adultos! Qualquer animal na natureza desmama naturalmente e a nós fizeram-nos acreditar que precisamos de leite a vida toda e que nem sequer é da nossa espécie! Eu fico sempre espantada quando penso nisto, como é que uma ideia tão simples, tão lógica, é coberta por uma mentira toda uma vida e nós assim vivemos sem a questionar.

Se duvidam disto, experimentem! Nada como experimentar e sentir na pele! Ainda não conheci uma pessoa que eliminasse os lácteos e não sentisse benefícios quase imediatamente.

E se querem alargar esse acto de bondade ao planeta e aos animais, tornem-se vegetarianos. Não é um bicho de sete cabeças. A comida vegetariana é maravilhosa, nunca a carne ou o peixe me fizeram falta. Já deixei de comer há tantos e tantos anos, que já não consigo sequer associar uma galinha ou um coelho, a um alimento. É estranho para mim imaginar que um dia comi vacas, patos, caranguejos ou porcos mas, sinceramente, eu não fazia ideia do que estava a fazer, por isso também não quero julgar quem continua adormecido, quem desconhece a realidade que está por trás do que tem no prato. Mas é hora de acordarmos… por nós, pelos animais, pelo planeta! Garanto-vos, há um mundo de sabores a descobrir! Se querem continuar a comer comida semelhante à que comiam, há pratos vegetarianos que imitam tudo. Isso é uma boa ideia, especialmente no início da transição, recordo-me de ter passado muito tempo a comer lasanhas, empadões, pizzas, bifes, hambúrgueres, tudo que imitava os meus antigos pratos preferidos. Depois, caminhem o mais possível para uma alimentação simples, recheada de fruta, vegetais, sementes, cereais. Sejam donos da vossa saúde, são vocês que vivem no vosso corpo e mais ninguém. Ouçam o vosso corpo, ele só fala com vocês. Acreditem que têm muito mais poder sobre a vossa saúde do que aquilo que nos ensinam… E se precisarem de dicas para mudar, estamos cá para ajudar.

Pudesse eu ter dado este passo mais cedo. Pudessem os meus pais ter lido algo assim na minha infância. Mas pronto, aconteceu assim e agora o meu exemplo e o de tantas pessoas que partilham as suas histórias de superação, pode ajudar quem se debate com problemas de saúde e se quer livrar de medicações, dores e tormentos.

Tens uma história de superação? Partilha comigo ❤